A menina foi passear,
e não sabia que ia encontrar,
lá embaixo, na rodovia,
uma coisa que se movia.
Ela chegou bem perto
e descobriu que era um gato.
E bem esperto!
Seu pelo era bem fofinho;
um pouco branco e um pouco pretinho.
O coração da menina estremeceu
e muito mais rápido bateu.
Será que ele pode ser meu?
E o gato logo respondeu:
já sou todo seu!
Gato Lúcio será o seu nome,
e vai trazer muita alegria
para nossa casa todo dia.
Mas a menina logo percebeu
que o gato Lúcio estava quebrado.
Ou será que era machucado?
Unhada prá cá,
mordida prá lá,
com ninguém queria brincar.
Era um gato que não sabia amar.
Não ligava para ninguém,
não era de confiança.
A menina queria ensinar,
mas o safado não dava importância.
Lúcio só fazia estripulia.
Não saía do banheiro.
E bebia água da pia
e do chuveiro.
Gato levado!
Dava um trabalho danado!
Ele foi crescendo
muito amado,
e muito mal humorado.
Um dia, o amor da menina derreteu seu coração.
Mas amor de gato é meio engraçado:
lambida de dia,
e mordida de noite.
Depois mia,
pedindo ração e perdão.