Margarida era uma menina muito bonita,
mas todos a achavam bem esquisita.
Ela ficava muito brava se estivesse parada,
por isso sempre se movimentava.
Andava, saltava, e amava quando dançava.
Se ia até à padaria a pé,
ela fazia o trajeto em um grande balé.
Se estava na escola,
o recreio se transformava em danceteria.
Tudo de novo que ela descobria,
já inspirava uma nova coreografia.
Um dia Margarida ganhou uma saia rodada.
Ela a vestiu e saiu pelas ruas se mexendo de uma maneira engraçada.
Bastaram os primeiros movimentos e as pessoas já estavam espantadas.
É que na sua cidade tinha muita gente com medo de novidade.
Mas o fato é que naquela tarde, o seu rodopiado, tão diferenciado,
ajudou a despertar a criatividade dos moradores da cidade.
Ela então descobriu que a dança abre muitas possibilidades,
e passou a inventar todo dia uma nova modalidade!
Quando pôs o pé em uma areia movediça,
ela inventou a dança de espantar a preguiça.
Quando viu uma pessoa no hospital com uma enfermidade,
ela criou a dança de curar doença e trazer felicidade.
E para quem não podia sair da cadeira,
ela ensinou a dançar com as sobrancelhas e as orelhas.
De tanto se mexer sem temer a estranheza,
Margarida ensinou toda a cidade a superar o medo de criar
com originalidade e beleza.